Ana Arkadievna lia e compreendia o que lia, mas o desejo que ela própria tinha de viver era grande de mais para se interessar pela vida dos outros. Se a heroína do romance cuidava de um doente, Ana tinha desejos de andar em passos leves pelo quarto do enfermo; se um membro do Parlamento pronunciava um discurso, ela própria desejaria tê-lo pronunciado; se lady Mary cavalgava atrás da sua matilha, irritando a nora e a todos assombrando com a sua audácia, Ana ambicionava ser ela própria a galopar. Mas nada tinha que fazer! E lá ia revolvendo nas mãos a espátula de cortar papel e prosseguindo na leitura.
"Examinai tudo. Retende o bem", I Tessalonicenses 5:21
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