Kino ouviu o rebentar sereno das ondas matinais na praia. Gostava de o ouvir – Kino fechou os olhos de novo para escutar a sua música. Talvez mais ninguém o fizesse ou talvez toda a sua gente tivesse feito o mesmo. O seu povo tinha sido outrora grande amador de canções, de tal modo que tudo o que via ou pensava, ou fazia ou ouvia, se transformava numa canção. Mas isso já tinha sucedido havia muito tempo. No entanto, as canções tinham permanecido; Kino conhecia-as, mas nunca mais tinha havido canções novas. Isso não queria dizer que não houvesse canções pessoais. Naquele momento, por exemplo, havia uma canção nova, pura e doce, na cabeça de Kino, e, se soubesse falar dela, ter-lhe-ia chamado a Canção da família.
"Examinai tudo. Retende o bem", I Tessalonicenses 5:21
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