Numa época de forte ênfase na sensibilidade interpessoal, na qual somos incentivados a explorar nossa capacidade comunicativa e a experimentar várias formas de contacto físico, mental e emocional, muitas vezes somos tentados a acreditar que o sentimento de solidão e tristeza é apenas um sinal de falta de abertura. Às vezes, isso é verdade, e muitos trabalhos de sensibilidade contribuem bastante para alargar a extensão das interacções humanas. Mas a verdadeira abertura para o outro significa também um verdadeiro fechamento, pois apenas quem mantém um segredo pode em segurança partilhar o seu conhecimento. Quando não protegemos com grandes cuidados o nosso mistério interior, não somos capazes de formar uma comunidade. É esse mistério interior que nos atrai uns para os outros e nos permite criar amizades e relações amorosas duradouras. Uma relação íntima não exige apenas abertura mútua, mas também atracção respeitosa e mútua da singularidade de cada um.
"Examinai tudo. Retende o bem", I Tessalonicenses 5:21
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