Se se pode fazer uma crítica à década de sessenta, não é a de que o protesto não tivesse sentido, mas a de que não era suficientemente profundo, no sentido de que não estava enraizado na solidão do coração. Quando apenas a cabeça e as mãos trabalham juntas, logo ficamos dependentes dos resultados da nossa acção e tendemos a desistir quando ele não se materializa. Na solidão do coração, podemos ouvir verdadeiramente as dores do mundo, pois ali podemos reconhecê-las não como dores estranhas, mas como nossas. Ali podemos ver aquilo que é mais universal é mais pessoal, e que nada que é humano nos é estranho. Ali podemos sentir que a cruel realidade da história sem dúvida é a realidade do coração humano, inclusive o nosso, e que o protesto exige primeiramente uma confissão da nossa participação na condição humana. Ali podemos responder.
"Examinai tudo. Retende o bem", I Tessalonicenses 5:21
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