Junto ao recife não há tardes douradas. Quando, às duas horas, o Sol se inclinou por trás dele, uma sombra sussurrante espalhou-se pela praia. Os sicómoros agitavam-se sobre as rochas, depois mergulhavam e atravessavam a lagoa com as cabeças erguidas como pequeninos periscópios, deixando atrás de si esteiras ténues a espraiarem-se. Uma truta enorme mergulhou na lagoa. As melgas e os mosquitos, que evitam o sol, surgiram zumbindo por sobre a água. Todos os insectos amigos do sol, moscas, libelinhas, vespas, zângãos, regressaram a casa. E ao avançar da sombra pela praia, ao chamado da primeira codorniz, Mack e os rapazes despertaram. O aroma do cozinhado cortava o coração. Hazel meteu-lhe dentro uma folha de louro colhida da árvore que se erguia junto do rio. As cenouras também já lá estavam. O café, na sua lata própria, fervilhava docemente sobre a sua própria pedra, suficientemente acima da chama para não ferver demasiado. Mack acordou, pôs-se de pé, espreguiçou-se, dirigiu-se a cambalear até à lagoa, lavou a cara com as mãos em concha, tossiu, cuspiu, bochechou, bufou, apertou o cinto, coçou as pernas, penteou os cabelos com os dedos, bebeu um golo do jarro, arrotou e foi sentar-se junto à fogueira. – Caramba, isso cheira bem! – exclamou.
"Examinai tudo. Retende o bem", I Tessalonicenses 5:21
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