A nossa imaginação, levada por natureza a soerguer-se, e repleta de poesia, cria seres cuja superioridade nos esmaga, e quando lançamos o olhar para o mundo real, qualquer outro nos parece mais perfeito do que nós mesmos. E isso é muito natural, sentimos tantas vezes que nos faltam tantas coisas, e o que nos falta por vezes outro parece possuí-lo. Concedemos-lhe então tudo aquilo que temos nós próprios, e ainda por cima de tudo isso certas qualidade ideais. É assim que imaginamos nós mesmos as perfeições que criam o nosso suplício. Pelo contrário, quando, com toda a nossa fraqueza, toda a nossa lástima, caminhamos com coragem para um fim, sentimo-nos às vezes mais adiantados bolinando do que os outros à força de velas e remos, e… Será, todavia, ter um verdadeiro sentimento de si próprio caminhar com os outros ou mesmo suplantá-los?
"Examinai tudo. Retende o bem", I Tessalonicenses 5:21
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