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John Harper estava a bordo do Titanic quando este partiu para Southampton, na Inglaterra, na sua viagem inaugural. Evangelista originário de Glasgow, na Escócia, era bastante conhecido no Reino Unido por causa do dom da pregação. Em 1912 o reverendo Harper recebeu um convite para pregar na Igreja Moody, em Chicago, nos Estado Unidos. No dia 11 de Abril de 1912, John Harper subiu a bordo Titanic.
(…)
Tudo aconteceu muito rapidamente. Mas a reacção de John Harper deixou um exemplo histórico de coragem e fé. Harper acordou a filha, levantou-a, enrolou-a num cobertor e depois levou-a para o convés. Ali, deu-lhe um beijo de despedida e entregou-a a um membro da tripulação, que a colocou no barco salva-vidas nº11. Harper sabia que nunca mais iria ver a filha. A sua filha iria ser órfã aos seis anos de idade. Depois Harper deu o seu colete salva-vidas a um passageiro, terminando assim com qualquer hipótese de sobrevivência. De um sobrevivente temos o relato que John clamava: “Mulheres, crianças e não salvos para os barcos salva-vidas”. Ele compreendia que havia algo mais importante do que sobreviver àquele terrível desastre. Ele compreendia que havia aqueles que não estavam preparados para enfrentar a eternidade.

Revista Novas de Alegria nº826

Comentários

Tiago Franco disse…
Até fico sem palavras. A verdade é que as coisas são assim tão simples.
Pedro Leal disse…
Citei esta história pelos sentimentos que causou.
Por um lado há humor. Imaginar o quadro de caos generalizado em que estava o Titanic e ver o pregador a gritar “Mulheres, crianças e não-salvos para os botes” tem o humor das atitudes inesperadas, que vão contra tudo o que estamos à espera. Mas, como tu dizes, o que o pregador diz é uma verdade muito séria. Ou seja, o humor não significa necessariamente ridicularizar, diminuir a dignidade do que nos faz rir, mas é compatível com a seriedade.
Por outro lado, o meu lado céptico avisou logo que a história podia estar “maquilhada” para construir um quadro mais heróico do que realmente se passou. Mas depois pensei: “Mas tu não conheces três ou quatro crentes que podiam ter agido desta mesma maneira?” Pois, conheço. O facto de a história nos ser plausível também pode ser considerado um privilégio.

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