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Mensagens

A mostrar mensagens de 2016

Bons dias

Fazes no dia que nasce A manhã mais bonita A brisa fresca da tarde A noite menos fria Eu não sei se tu sabes Mas fizeste o meu dia também Esse bom dia que dás  é outro dia que nasce É acordar mais bonita Trabalhar com vontade É estar no dia com pica É passar com a vida  e desejar-te um bom dia também Um bom dia para ti Não que apenas passa não que pesa e castiga Não que esqueças mais tarde Mas o dia em que me digas Ao ouvido baixinho  ai tu fizeste o meu dia também tão bom também Faz também o dia de alguém Faz também o dia de alguém Faz também o dia de alguém Faz também o dia de alguém Fazes no dia que nasce A manhã mais bonita A brisa fresca da tarde A noite menos fria Eu não sei se tu sabes Mas fizeste o meu dia também Um bom dia para ti E para o estranho que passa Para aquele que se esquiva Para quem se embaraça  e se cala na vida Mesmo que não o diga Ai tu fizeste o meu dia também tão bom também Faz também o dia de alguém Faz també

Medo de mim

Quando me queres incluir e me pões a dormir num bairro qualquer por aí E a lição de bem-estar é não incomodar quem veja incómodo em mim Por mais passos que eu dê mesmo sem querer irei sempre bater ou esbarrar contra ti É teu o meu espaço e p´lo teu embaraço pelas portas d´aço eu já percebi: Tens medo de mim Tens medo de mim Tens medo de mim Quando me vens revistar só porque dou ar de não ser daqui nem dali E para me proteger impões um poder que não olha a meios pró fim Todo o gesto que eu faça é vil ameaça que anulas e esmagas e vejo assim que a força que empregas é injusta e cega não vê em quem acerta e acertas em mim Tens medo de mim Tens medo de mim Tens medo de mim Quando me culpas e prendes tudo porque entendes que isso é melhor para mim Eu, mesmo inocente, sou sempre diferente porque não sou igual a ti Agora, não entendo, porquê este medo brutal e tão extremo que a ninguém faz crer que estou na cadeia porque a tua cartei

A administrar como mordomos

Quantas vezes, ao participarmos em alguma ajuda a uma instituição de caridade, não teremos agido como se estivéssemos a dar alguma coisa nossa cultivando todas as expectativas de sermos considerados abnegados e generosos? Isso aconteceu quando estávamos apenas a administrar, como mordomos, parte daquilo que o verdadeiro Dono nos confiou para os propósitos que tem em mente. A prova de que não é desta forma que nos vemos a nós próprios é o sentimento que nos invade quando alguém se esquece de nos agradecer, agradecendo só (!) a Deus. Lucros da Fé página 128 Alan Pallister 2016 dC Editora: Dikaion

Eles não respeitam as máscaras, mas julgam os seus segredos

Um dia, li uma frase de Karl Barth que compara os métodos do livro de Génesis com os romances de Dostoievski. Barth diz que ambos arrogantemente ignoram as apreciações e honras convencionais e aproximam-se das vidas de homens e mulheres cavando as profundezas de Deus nas suas supostas vidas convencionais. Dostoievski e Génesis não respeitam as máscaras de homens e mulheres, mas julgam seus segredos. Eles vêem além do que homens e mulheres aparentam ser e entendem o que eles são e o que eles não são. Eles vêem, nos termos de Paulo, sua justiça reconhecida como o divino "todavia", e não como o divino "portanto"; como perdão, e não como um permissão para o que eles acreditam ser. Original: Under the Unpredictable Plant Editora: United Press página 67

O personagem que haveria de criar para conseguir ser o artista que desejava ser

Nunca se viam de um modo definido as suas feições. Os seus olhos azuis, profundos, vivos e inquisitivos só apareciam fora do espaço público. David pensava agora que o amigo sempre parecera querer esconder-se. Tinha visto algumas fotografias suas de miúdo em que era possível prever no olhar esquivo, e no modo reservado do corpo, a pré-história do personagem que haveria de criar para conseguir ser o artista que desejava ser. Terra Fresca página 171 João Leal 2016 Editora: Quetzal

I believe

Hallelujah! I just found Jesus Swimming at the bottom of the bottle  I keep crawling out of He said You look familiar but I can't place your face I said You look like hell  and that we used to hang at my mother's request Hallelujah! I just found Jesus  Trying to save the world through the wet hands  and mouth of a girl She's convinced me to stay in for as long as  we both shall live (Or until one of us gets bored) Have I been saved? 'Cause I feel the same Dirty and tired Can I be saved without having shame or remorse  for what I don't believe? I offer up my humbled soul and my broken spirit  All those things that I can't control The intangible bullshit to you, my Lord I believe there is no white light Somebody's mistaken or somebody lied I believe there is only one truth  It resonates different in me and you  so don't try to sell me yours

Sobretudo a total ausência de magia

A criança que fui seguiu-me de desapontamento em desapontamento nesta primeira semana de trabalho. Pedra, lixo, silvedo e, sobretudo, a total ausência de magia. Nada remotamente relacionado com passagens secretas ou entradas para grutas ou divisões escondidas com a possibilidade de algum achado extraordinário. Sabia, evidentemente, que as lendas acerca da serra não podiam ser reais, mas sou incapaz de evitar sentir-me decepcionado. Terra Fresca página 13 João Leal 2016 dC Editora: Quetzal

The Voice of Istanbul

I've had at least thirty names on your own to Istanbul. Now they say I'm between the east and the west, an identity crises. I know there's enough for this nonsense. Take the labels off and just look at me. You won't need a guidebook. Like all cities, I have my own sense of time. I'm a labyrinth of layers that only makes sense without a compass. If you're hesitant, not sure which way to go as you walk about, follow one of my cats. They will lead you to places, introduce you to people, point out secrets they keep even from me. They, more than anyone, are the longest continuing residents of the city A challenge to those who see their future in my past, I'm an obstacle for those who see only the future. I see change with the patience of centuries. Look at my silhouette from the bridge on the Golden Horn. Time has not passed me by. It has protected me. I ask of you the same.

Strange fruit

  Southern trees bear strange fruit  Blood on the leaves and blood at the root  Black bodies swinging in the southern breeze  Strange fruit hanging from the poplar trees  Pastoral scene of the gallant south  The bulging eyes and the twisted mouth  Scent of magnolias, sweet and fresh  Then the sudden smell of burning flesh  Here is fruit for the crows to pluck  For the rain to gather, for the wind to suck  For the sun to rot, for the trees to drop  Here is a strange and bitter crop   As árvores do Sul carregadas de fruta estranha  Sangue nas folhas e sangue na raiz  Corpos negros a balançar na brisa do Sul  Fruta estranha pendurada nos choupos  Cena pastoral do Sul galante  Os olhos esbugalhados e a boca torcida  O cheiro das magnolias, doce e fresco  E o cheiro súbito de carne queimada  Eis aqui fruta para os corvos debicarem  Para a chuva juntar, para o vento sugar  Para o sol apodrecer, para a árvores deixarem cair  Eis aqui uma estranha e amarga colheita  Intérprete: Billie Holiday 

Para encaixar neste narrativa Galileu foi representado como um herói solitário

Galileo’s rise to immortality starts at the end of the 18th century. In this period, scientific biography started to become popular, and Galileo became a favourite subject, largely because of his persecution by the Catholic Church. This effect was immensely magnified by the largely mythical war between science and religion in the late 19th century, waged by two US-based scientist-historians, John William Draper and Andrew Dickson White. They wrote passionately about religion as an obstacle to the forces of progress, and advanced a self-congratulatory thesis in which Western civilisation had steadily emerged from the ignorance of the Dark Ages to the modern age of Enlightenment. This was an outgrowth of the broader rejection of the dominance of religious thought, which had emerged in Europe during the Enlightenment and had been enthusiastically adopted by influential American intellectual figures including Thomas Jefferson and Benjamin Franklin.  To fit into this narrative, Galileo wa

Tentação de ceder às exaltações da violência mais do que num frente-a-frente

Antes e depois de Sartre, foram numerosos os intelectuais, à esquerda ou à direita, que se enganaram com obstinação e enganaram o seu público! Mais uma vez, esqueceremos os impostores para não pensar senão nos espíritos sinceros. De onde vem uma tal propensão ao extremismo? Antes de abordar o essencial, há uma razão acessória que não se pode menosprezar: o intelectual exprime-se na maior parte das vezes por escrito, sem mais interlocutor que a página em branco. É então muito forte a tentação de ceder às exaltações da violência, muito mais do que num verdadeiro frente-a-frente.
Last year, I spearheaded a survey and interview research project on the experiences of scientists at field sites. Over sixty percent of the respondents had been sexually harassed, and twenty percent had been sexually assaulted. Sexual predation was only the beginning of what I and my colleagues uncovered: study respondents reported psychological and physical abuses, like being forced to work late into the day without being told when they could head back to camp, not being allowed to urinate, verbal threats and bullying, and being denied food. The majority of perpetrators are fellow scientists senior to the target of abuse, the target themselves usually a female graduate student. Since we started analyzing these data, I haven’t been able to read a single empirical science paper without wondering on whose backs, via whose exploitation, that research was conducted. When the payoff is millions of dollars of research money, New York Times coverage, Nobel Prizes or even just tenure, we ofte