Hipermodernidade, a saber, uma sociedade liberal caracterizada pelo movimento, pela fluidez, pela flexibilidade, afastada como nunca dos grandes princípios estruturantes da modernidade, que teve de se adaptar ao ritmo hipermoderno para não desaparecer. Hipernarcisismo, época de um Narciso que se tem por maturo, responsável, organizado e eficiente, flexível, e que rompe, assim, com o Narciso dos anos pós-modernos, hedonista e libertário. «A responsabilidade substituiu a utopia festiva e a gestão, a contestação: tudo se passa como se nós já não nos reconhecêssemos senão na ética e na competitividade, nas normas prudentes e no sucesso profissional». Só desta vez é que os paradoxos da hipermodernidade se mostram claramente. Narciso maturo ? Mas ele não pára de invadir os domínios da infância e da adolescência como se recusasse assumir a sua idade adulta. Narciso responsável ? Podemos verdadeiramente pensar nisto quando os comportamentos irresponsáveis se multiplicam, quando as declarações