É quase dado por certo que Anders Breivik agiu sozinho nos massacres da Noruega: gizou o plano, comprou os adubos, fez a bomba, colocou-a perto dos Ministérios, foi de lá para a ilha com armas automáticas de que se tinha munido, assassinou dezenas de adolescentes que participavam num acampamento tradicional do Partido Trabalhista no poder. Depois rendeu-se à polícia e disse que o que fizera era monstruoso mas necessário para alertar a Europa para os perigos do multiculturalismo e da islamização. Antigo membro do partido mais à direita no Parlamento norueguês e cristão convicto só matara para salvar os valores da Europa. Fez-me lembrar o jacobino do Comité de Salvação Pública da Revolução Francesa, descrito por Anatole France, que vê uma criança com a mãe burguesa e bonita no Jardim das Tulherias e pensa, condoído, que para aquele menino ser feliz talvez seja preciso antes executar a mãe.
in Expresso de 30 de Julho de 2011
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