Verba volant, scripta manent , dizia a sabedoria dos antigos. Era a chamada de atenção para a responsabilidade do que fica escrito, contra a volubilidade do falar. Mas era também, para o nosso repouso, a certeza de que os escritos estavam aí, a toda a hora da nossa visita. Simplesmente as palavras hoje não “voam” e permanecem também nos registos magnéticos e a vozearia multiplica-se assim até à surdez. E opostamente os escritos tendem a esquecer-se, sobretudo os dos jornais, que são uma variante do falatório. Além de que nos é possível e mais fácil substituir pelas palavras que voam a escrita que já não fazemos. Quantas cartas o telefone te dispensou de escrever? Mas o próprio livro é quase sempre para “ler mais tarde”. E os chamado “livros de cabeceira” não se entende que não sejam senão para facilitarem o sono. A estante ainda é um móvel de adorno e de prestígio como outros móveis de uso e distinção. Mas a sua utilidade pouco vai além disso. O homem simplificou-se com a atrofia das f
"Examinai tudo. Retende o bem", I Tessalonicenses 5:21