Foi há tantos anos, foi há dois mil anos Que vi no amor o meu Cristo Que me mostraste um amor imprevisto Que me falaste na pele e no corpo a sorrir Meus olhos fechados, mudos, espantados Te ouviram como se apagasses A luz do dia ou a luta de classes Meus olhos verdes ceguinhos de todo para te servir Mariazinha fui, em Marta me tornei Vou daquilo que fui pr'aquilo que serei Filhos e cadilhos, panelas e fundilhos Meteste as minhas mãos à obra E encontraste momentos de sobra Para evitar que o meu corpo pensasse na vida Meus olhos fechados, mudos e cansados Não viam se verso, se prosa O meu suor era o teu mar de rosas Meus olhos verdes, janelas de vida fechados por ti Pegas-me na mão e falas do patrão Que te paga um salário de fome O teu patrão que te rouba o que come Falas contigo sozinho para desabafar Meus olhos parados, mudos e cansados Não podem ouvir o que dizes E fico à espera que me socializes Meus olhos verdes Boneca privada do teu bem estar Sou tu
"Examinai tudo. Retende o bem", I Tessalonicenses 5:21