A principal tarefa de nós, pastores, não é a comunicação, mas a comunhão.
Existe no mundo uma enorme indústria de comunicações que produz palavras sem parar. Palavras são transmitidas pelo telefone e por telégrafo, pelo rádio e pela televisão, por satélite e por cabo, por jornais e revistas. Mas as palavras não são pessoais. Por trás dessa enorme indústria de comunicações está uma enorme mentira – que, se melhorarmos as comunicações, melhoraremos a vida. Isso ainda não aconteceu, nem acontecerá. Muitas vezes, quando descobrimos o que alguém "tem a dizer", gostamos menos delas, não mais. Comunicação melhor não melhorou as relações internacionais: mais do que nunca na História, sabemos mais uns sobre os outros como nações e religiões, e gostamos menos uns dos outros. Conselheiros sabem que quando os conjuges aprendem a comunicar com mais clareza, acontecem tantos divórcios quanto reconciliações. Palavras usadas como mera comunicação são palavras inferiores. O dom das palavras é para comunhão: uma parte do meu eu entrar numa parte do seu eu. Isso requer o risco da revelação, a coragem do envolvimento. No centro da comunhão há sacrifício. Agindo no centro, não usamos palavras para dar algo, mas para dar uma parte de nós.
Original: Under the Unpredictable Plant
Editora United Press
página 184
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