- Se o pai não quer sair de Lisboa, eu vou levar os meus filhos e a minha mãe! – declarou friamente.
- Daqui não sai ninguém, a não ser tu. Eu é que mando! Pois eu é que sou o rei!
D. Pedro pôs-se a gritar, vermelho de fúria, gaguejando:
- Se ficas em Lisboa, não tarda que o rei seja eu, pois o mais certo é morrerem todos de peste!
- Deus só fere com a peste os verdadeiros pecadores! Eu tenho a minha consciência limpa, ouviste? Se tu não tens, é lá contigo. Só morrem os pecadores!
- Ai é? Ai é? Então como é que o pai explica que mo… mo… morram criancinhas de colo? Pecaram dentro da barriga da mãe? Foi?
- Foi, sim.
A Ana e o João ficaram pasmados com aquela resposta absurda. Seriam todos doidos varridos?
Mas o rei explicou-se:
- Os filhos pagam o que os pais fizeram. Se Deus castiga criancinhas de colo, Ele lá sabe porquê…
- Mas que parvoíce de conversa – suspirou a Ana. – Se calhar, deviam ir todos embora enquanto é tempo.
- Ora! – respondeu-lhe o João. – Também não é assim. Uns fogem de Lisboa, outros fogem para Lisboa. A peste espalhou-se por todo o lado, não foi? De certo modo, o rei tem razão. Só morre quem tem de morrer. As pessoas bem tentam, mas não podem é fugir ao seu destino.
- Daqui não sai ninguém, a não ser tu. Eu é que mando! Pois eu é que sou o rei!
D. Pedro pôs-se a gritar, vermelho de fúria, gaguejando:
- Se ficas em Lisboa, não tarda que o rei seja eu, pois o mais certo é morrerem todos de peste!
- Deus só fere com a peste os verdadeiros pecadores! Eu tenho a minha consciência limpa, ouviste? Se tu não tens, é lá contigo. Só morrem os pecadores!
- Ai é? Ai é? Então como é que o pai explica que mo… mo… morram criancinhas de colo? Pecaram dentro da barriga da mãe? Foi?
- Foi, sim.
A Ana e o João ficaram pasmados com aquela resposta absurda. Seriam todos doidos varridos?
Mas o rei explicou-se:
- Os filhos pagam o que os pais fizeram. Se Deus castiga criancinhas de colo, Ele lá sabe porquê…
- Mas que parvoíce de conversa – suspirou a Ana. – Se calhar, deviam ir todos embora enquanto é tempo.
- Ora! – respondeu-lhe o João. – Também não é assim. Uns fogem de Lisboa, outros fogem para Lisboa. A peste espalhou-se por todo o lado, não foi? De certo modo, o rei tem razão. Só morre quem tem de morrer. As pessoas bem tentam, mas não podem é fugir ao seu destino.
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