Olhai as pessoas seculares, para todo o mundo que se eleva sobre o povo de Deus: não será que se deformou nele a imagem de Deus e toda a verdade Dele? Eles têm a ciência, e a ciência tem apenas aquilo que é acessível aos sentidos. Ora, o mundo espiritual, a metade superior do ser humano, é rejeitada por completo, é expulsa jubilosamente, até com ódio. O mundo proclamou a liberdade, especialmente nos últimos tempos, e o que vemos na liberdade deles? Só escravidão e suicídio! Porque o mundo diz: "tens necessidades, portanto satisfá-las, porque tens os mesmos direitos que as pessoas mais nobres e mais ricas. Não temas satisfazê-las mas, inclusive, multiplica-as" – eis a doutrina actual do mundo. É nisso que eles vêm a liberdade. Então, o que resulta deste direito à multiplicação das necessidades? Entre os ricos, o isolamento e o suicídio espiritual, entre os pobres a inveja e o homicídio, porque os direitos foram dados, mas não foram indicados ainda os meios para satisfazê-los. Afirmam que o mundo fica cada vez mais unido, entra no convívio fraternal mediante a redução das distâncias, transmite ideias pelo ar. Infelizmente, não podemos acreditar nesta união das pessoas. Entendendo a liberdade como a multiplicação e a rápida satisfação das necessidades, deformam a sua natureza, porque geram em si muitos desejos, hábitos e invenções absurdos e estúpidos. Vivem apenas para ter inveja uns dos outros, para a intemperança e para a arrogância.
numa palestra de Zóssima
Volume I
página 377
Editorial Presença
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