Já lhe disse, trata-se de escapar ao julgamento. Como é difícil escapar e melindroso fazer, ao mesmo tempo, com que se admire e desculpe a própria natureza, todos procuram ser ricos. Porquê? Já o perguntou a si mesmo? Por causa do poder, certamente. Mas sobretudo porque a riqueza nos livra do julgamento imediato, nos retira da turba do metropolitano para nos fechar numa carroçaria niquelada, nos isola em vastos parques guardados, em carruagens-camas, em camarotes de luxo. A riqueza, caro amigo, não é ainda a absolvição, mas a pena suspensa, sempre fácil de conseguir…
Deus é perfeitamente unificado como um Deus, e no entanto, Deus é perfeitamente diversificado nas três pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Há unidade e diversidade na realidade absoluta. Não há um Deus que escolhe revelar-se em três maneiras de modo a criar uma aparência de diversidade, e não há três pessoas que escolhem unir-se e cooperar de modo a criar uma aparência de serem unificadas. A realidade original é 100% unificada e 100% diversificada. É uma realidade de 200% que não pode ser compreendida pela simples lógica. Aqui está um provérbio que inventei para capturar a essência desta realidade: Deus sozinho é Deus, e Deus não é sozinho (God alone is God, and God is not alone) . Não podes fazer esta afirmação sobre outro Deus ou perfeição original. Tu podes dizer Buda sozinho é Buda, e ficamos por aí. O resto é silêncio. Tu podes dizer Krishna sozinho é Krishna e Alá sozinho é Alá, mas novamente, o resto é silêncio. Se o Deus do terceiro círculo quer falar com alguém...
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