A maior prova da nossa fraqueza nos dias de hoje é que não
há nada de espantoso ou misterioso acerca de nós. A Igreja foi desvendada – a
evidência segura da sua derrocada. Temos pouco que não possa ser explanado pela
psicologia ou pelas estatísticas. Na Igreja primitiva eles juntavam-se no
pórtico de Salomão, e era tão imensa a sensação da presença de Deus que “nenhum homem ousava juntar-se a eles”. O
mundo via fogo naquela sarça e retirava-se com temor; mas ninguém tem medo de
cinzas. Hoje ousam achegar-se tanto quanto desejam. Até dão uma palmada
amigável nas costas da noiva de Cristo e têm atitudes duma familiaridade
grosseira. Se queremos mais uma vez impressionar os descrentes com o temor
saudável do sobrenatural, precisamos de recuperar a dignidade do Espírito
Santo; precisamos de conhecer de novo algo do mistério que inspira um
deslumbramento que envolve as pessoas e as Igrejas quando estão cheias do poder
de Deus.
Deus é perfeitamente unificado como um Deus, e no entanto, Deus é perfeitamente diversificado nas três pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Há unidade e diversidade na realidade absoluta. Não há um Deus que escolhe revelar-se em três maneiras de modo a criar uma aparência de diversidade, e não há três pessoas que escolhem unir-se e cooperar de modo a criar uma aparência de serem unificadas. A realidade original é 100% unificada e 100% diversificada. É uma realidade de 200% que não pode ser compreendida pela simples lógica. Aqui está um provérbio que inventei para capturar a essência desta realidade: Deus sozinho é Deus, e Deus não é sozinho (God alone is God, and God is not alone) . Não podes fazer esta afirmação sobre outro Deus ou perfeição original. Tu podes dizer Buda sozinho é Buda, e ficamos por aí. O resto é silêncio. Tu podes dizer Krishna sozinho é Krishna e Alá sozinho é Alá, mas novamente, o resto é silêncio. Se o Deus do terceiro círculo quer falar com alguém...
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