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As promessas das Ecrituras podem ser reduzidas, por alto, a cinco ênfases. É prometido, em primeiro lugar, que estaremos com Cristo; em segundo, que seremos como Ele; em terceiro, com uma enorme riqueza de imagens, que teremos "glória"; em quarto, que seremos, em certo sentido, alimentados ou banqueteados ou entretidos; e finalmente, que teremos algum tipo de cargo oficial – governar cidades, julgar anjos, ser pilares do templo de Deus. A primeira pergunta que faço acerca destas promessas é: "porquê qualquer uma delas excepto a primeira?" Pode alguma coisa ser acrescentada à concepção de estar com Cristo? Porque deve ser verdade que, como diz um velho escritor, quem tem Deus e tudo o resto não tem mais do que aquele que tem apenas Deus. Penso que a resposta jaz uma vez mais na natureza dos símbolos. Porque embora possamos não reparar à primeira vista, ainda assim é verdade que qualquer concepção de estar com Cristo que qualquer um de nós possa agora formar não será muito menos simbólica do que as outras promessas; porque infiltrará uma ideia de proximidade espacial e conversa carinhosa da maneira que entendemos conversa agora, que provavelmente concentrar-se-á mais na humanidade de Cristo, excluindo a sua divindade. E de facto, descobrimos que os que só observam a primeira promessa, enchem-na de uma imagética bastante terrena – de facto, com imagética himenal ou erótica. Não estou, em momento algum, a condenar tal imagética. Desejo de coração conseguir envolver-me com ela mais profundamente do que consigo, e orem para que eu venha a conseguir. Mas o meu ponto é que isto é também apenas um símbolo, semelhante à realidade em alguns aspectos, mas diferente noutros, e como tal, precisa de correcção dos símbolos diferentes das outras promessas. A variação da promessas não significa que outra coisa que não Deus virá a ser a nossa derradeira felicidade; mas porque Deus é mais do que uma Pessoa, e porque não devemos imaginar a alegria da Sua presença demasiado exclusivamente em termos da nossa pobre experiência presente de amor pessoal, com toda a sua pequenez, distorção e monotonia, é-nos fornecida uma dúzia de imagens que se mudam, corrigem e aliviam umas às outras.
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The Weight of Glory
As promessas das Ecrituras podem ser reduzidas, por alto, a cinco ênfases. É prometido, em primeiro lugar, que estaremos com Cristo; em segundo, que seremos como Ele; em terceiro, com uma enorme riqueza de imagens, que teremos "glória"; em quarto, que seremos, em certo sentido, alimentados ou banqueteados ou entretidos; e finalmente, que teremos algum tipo de cargo oficial – governar cidades, julgar anjos, ser pilares do templo de Deus. A primeira pergunta que faço acerca destas promessas é: "porquê qualquer uma delas excepto a primeira?" Pode alguma coisa ser acrescentada à concepção de estar com Cristo? Porque deve ser verdade que, como diz um velho escritor, quem tem Deus e tudo o resto não tem mais do que aquele que tem apenas Deus. Penso que a resposta jaz uma vez mais na natureza dos símbolos. Porque embora possamos não reparar à primeira vista, ainda assim é verdade que qualquer concepção de estar com Cristo que qualquer um de nós possa agora formar não será muito menos simbólica do que as outras promessas; porque infiltrará uma ideia de proximidade espacial e conversa carinhosa da maneira que entendemos conversa agora, que provavelmente concentrar-se-á mais na humanidade de Cristo, excluindo a sua divindade. E de facto, descobrimos que os que só observam a primeira promessa, enchem-na de uma imagética bastante terrena – de facto, com imagética himenal ou erótica. Não estou, em momento algum, a condenar tal imagética. Desejo de coração conseguir envolver-me com ela mais profundamente do que consigo, e orem para que eu venha a conseguir. Mas o meu ponto é que isto é também apenas um símbolo, semelhante à realidade em alguns aspectos, mas diferente noutros, e como tal, precisa de correcção dos símbolos diferentes das outras promessas. A variação da promessas não significa que outra coisa que não Deus virá a ser a nossa derradeira felicidade; mas porque Deus é mais do que uma Pessoa, e porque não devemos imaginar a alegria da Sua presença demasiado exclusivamente em termos da nossa pobre experiência presente de amor pessoal, com toda a sua pequenez, distorção e monotonia, é-nos fornecida uma dúzia de imagens que se mudam, corrigem e aliviam umas às outras.
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The Weight of Glory
C. S. Lewis
1942 dC
1942 dC
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