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A mostrar mensagens de novembro, 2020

Uma falta de curiosidade selectiva, um quebra-cabeças iniciado por auto-hipnose

Wilson não se deixou seduzir por Estaline por muito tempo, mas nunca renegou a pureza essencial de Outubro. Por isso desempenhou o seu papel na grande degradação intelectual. É frequente aduzir-se certas condições históricas para explicar esta degradação. São elas: a ferida geracional deixada pela Primeira Grande Guerra (guerra convincentemente apontada como «imperialista», portanto, capitalista), a Grande Depressão de 1929-34, o advento do fascismo e depois do nazismo (e o envolvimento de ambos na Guerra Civil de Espanha) e, mais tarde, a força moral das baixas russas na Segunda Guerra Mundial. Mas o facto é que, a despeito «das provas cada vez mais volumosas e insofismáveis» do contrário (como escreveu o meu pai nos meados dos anos cinquenta), a URSS continuou a ser considerada fundamentalmente progressista e benigna; e o erro resistiu até meados dos anos setenta. O que era isto? Do nosso ponto de vista actual, parece o contágio de uma falta de curiosidade selectiva, um quebra-cabe

O alimento dos corvos: Fé - 3

Como é que Deus alimenta as aves? A resposta é que ele não as alimenta! Ou pelo menos de uma forma directa. Não devemos imaginar Deus a alimentar as aves, como alimentamos os nossos animais de estimação em casa, oferecendo-lhes comida dada à mão ou num prato. Não! Jesus foi um atento observador da natureza. Ele sabia que as aves se alimentam sozinhas. Umas são insectívoras. Outras comem bagas, sementes ou fruta. Umas são carnívoras, outras são piscívoras, enquanto ainda outras são necrófagas, predadoras ou piratas. Umas sugam o néctar das flores; outras alimentam-se de lagartas e até mesmo de caracóis! Então que quis Jesus dizer? Ele quis dizer que Deus alimenta as aves indirectamente. Eu fornece-lhes os meios com os quais se alimentam. Mas têm de procurar a sua comida. Como cantou o salmista a Deus: «Todos esperam de ti que lhe dês comida a seu tempo. És tu que lhes dás a comida que eles recolhem...» Numa passagem paralela, Lucas, no seu evangelho regista, em que Jesus disse, não qu

O alimento dos corvos: Fé - 2

Primeiro, Jesus não estava a proibir a prudência e a previsão. A tradução da conhecida Versão Autorizada «não pensem no amanhã» é profundamente enganadora. O que Ele disse foi: «não tenham pensamentos ansiosos» ou (NIV) «não fiquem preocupados». Claro que devemos pensar no futuro. A própria Bíblia nos exorta a fazê-lo. A razão de devermos imitar o comportamento das formigas é o facto de elas armazenarem provisões no Verão. De facto, algumas aves que fazem o mesmo. Os pica-paus da bolota, da Califórnia, gostam de armazenar bolotas nos orifícios de árvores ou de postes de telefone e os picanços aprovisionam as suas despensas empalando insetos em espinhos. A instrução de Paulo a Timóteo é similar a esta: «Quem não se preocupa com os seus familiares e mais ainda com os da sua casa, renega a sua fé e é pior do que um descrente». Eis uma garantia bíblica para um seguro de vida ou para um meio equivalente de poupar para o futuro. Jesus é contra a preocupação não contra a prudência. A Fé em De

O alimento dos corvos: Fé - 1

A primeira lição que as aves nos ensinam é a fé, ou seja, confiar em Deus em todas as coisas, confiar que ele suprirá todas as nossas necessidades. Não precisamos de nos preocupar, disse Jesus, quanto ao que havemos de comer ou beber para permanecermos vivos. «Olhai para as aves do céu, que nem semeiam nem segam, nem juntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?... Homens de pouca fé!» Talvez conheçam a «versalhada» (dificilmente poderia ser considerada poesia) que regista uma conversa entre um pisco e um pardal:  Said the robin to the sparrow - Disse o pisco ao pardal:  «I should really like to know - Eu gostava mesmo de saber  Why these anxious human beings - Porque é que os seres humanos  Rush about and worry so - Vivem tão ansiosos e apressados.  Said the sparrow to he robin - Disse o pardal ao pisco:  Friend, I think it must be - Amigo, acho que deve ser.  They have no heavenly Father - Por não terem um Pai celeste  Such as ca

Divisões que trazem conforto

Quanto ao meu intenso empenho em nunca ter qualquer contacto com os Eldila , não estou bem certo de poder fazer os leitores compreendê-lo. Era algo mais que um prudente desejo de evitar criaturas diferentes da nossa espécie, muito poderosas e muito inteligentes. A verdade é que tudo o que ouvir a respeito deles levava a ligar duas coisas que a mente de cada um de nós têm tendência a manter separadas, e essa ligação produzia um certo choque. Temos tendência a pensar acerca de inteligências não humanas em duas categorias distintas, que rotulamos respectivamente «científicas» e «sobrenaturais». Numa certa disposição de espírito, pensamos nos marcianos do Sr. Wells (muito pouco parecidos com os verdadeiros naturais de Malacandra, diga-se de passagem) ou nos seus selenitas. Noutra disposição de espírito totalmente diferente, divagamos sobre a possibilidade de existirem anjos, fantasmas, fadas e coisas assim. Mas no preciso momento em que somos obrigados a reconhecer uma criatura de qualquer