Com o objectivo de controlar a igreja, Hitler ordenou a união de todos os grupos religiosos da Alemanha, unificando-os por lei. Os Irmãos, ante este problema, se dividiram. A metade aceitou a resolução de Hitler e a outra recusou. É evidente que, para os que se submeteram, a vida tornou-se muito mais fácil mas, nesta unidade organizacional com os grupos liberais, debilitaram-se em sua veemência doutrinária e vida espiritual. Por outro lado, o grupo que permaneceu fora continuou espiritualmente viril, mas era difícil encontrar alguma família da qual algum membro não houvesse perdido a vida num campo de concentração germânico.
E por fim, sobre a escuridão dos telhados lustrosos, a luz fria da manhã tépida raia como um suplício do Apocalipse. É outra vez a noite imensa da claridade que aumenta. E outra vez o horror de sempre — o dia, a vida, a utilidade fictícia, a atividade sem remédio. E outra vez a minha personalidade física, visível, social, transmissível por palavras que não dizem nada, usável pelos gestos dos outros e pela consciência alheia. Sou eu outra vez, tal qual não sou. Com o princípio da luz de trevas que enche de dúvidas cinzentas as frinchas das portas das janelas — tão longe de herméticas, meu Deus! -, vou sentindo que não poderei guardar mais o meu refúgio de estar deitado, de não estar dormindo mas de o poder estar, de ir sonhando, sem saber que há verdade nem realidade, entre um calor fresco de roupas limpas e um desconhecimento, salvo de conforto, da existência do meu corpo. Vou sentindo fugir-me a inconsciência feliz com que estou gozando da minha consciência, o modorrar de animal com q...
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