Segundo Campbell, todas as religiões e mitologias são apenas manifestações locais de uma verdade singular do que ele chama de ‘monomito’ do herói. O monomito, em sua forma mais básica, consiste de uma viagem de separação do herói desde a sua iniciação até ao retorno, e incorpora a redenção de uma maneira que iremos discutir no próximo capítulo, quando falarmos sobre a estrutura da história. Campbell procura provar a sua tese com uma recitação eclética de muitas das histórias do mundo, desde os mitos da criação até as lendas sobre o dilúvio e os heróis da fé.
E por fim, sobre a escuridão dos telhados lustrosos, a luz fria da manhã tépida raia como um suplício do Apocalipse. É outra vez a noite imensa da claridade que aumenta. E outra vez o horror de sempre — o dia, a vida, a utilidade fictícia, a atividade sem remédio. E outra vez a minha personalidade física, visível, social, transmissível por palavras que não dizem nada, usável pelos gestos dos outros e pela consciência alheia. Sou eu outra vez, tal qual não sou. Com o princípio da luz de trevas que enche de dúvidas cinzentas as frinchas das portas das janelas — tão longe de herméticas, meu Deus! -, vou sentindo que não poderei guardar mais o meu refúgio de estar deitado, de não estar dormindo mas de o poder estar, de ir sonhando, sem saber que há verdade nem realidade, entre um calor fresco de roupas limpas e um desconhecimento, salvo de conforto, da existência do meu corpo. Vou sentindo fugir-me a inconsciência feliz com que estou gozando da minha consciência, o modorrar de animal com q...
Comentários