Para as pessoas habituadas a viver no domínio do subjectivo, as diferenças de doutrina não importam. O fim deles é formar a síntese. Só assim, para mim, se explica que Karl Barth pudesse, como fez no Concílio Ecuménico, em Amesterdão, dizer certas verdades fortes sobre ritos católico-romanos, sem cessar, no entanto, de falar da Igreja romana como sendo uma Igreja autêntica. (…) Uma vez que se penetra do mundo subjectivo, sem princípio objectivo de autoridade, e sobretudo com a tal concepção de síntese, não se pode considerar as diferenças de ordem teológica de outra forma senão como um “patamar” permitindo atingir uma verdade superior. Assim temos direito de afirmar que na realidade estes homens montaram a mais hábil das contrafacções do Cristianismo verdadeiro. Eles encontram-se, certamente, ainda mais afastados de nós que a Igreja católica-romana e mesmo que os modernistas.
Comentários
Só posso ter admiração André Bambersky. É um comportamento completamente contra-corrente no nosso tempo. E não só por a justiça já não ser um valor importante. Imagino que ele tenha tido de ouvir várias vezes as pessoas chegadas a ele a tentar demovê-lo para o seu bem.
E é espectacular que ele tenha infringido a lei para que a lei se cumprisse, em vez de simplesmente executar uma vingança. Como se não tivesse sido movido apenas pelo amor à filha, ou pelo ódio ao assassino, mas também pela fome de justiça. Grande homem.