Como odeio o ignorante vulgo!
Pela minha parte, gostava que o vulgo fosse feliz. A felicidade é como o calor, que passa dos lugares mais baixos para os mais altos. No entanto, não gostaria, por nada deste mundo, de viver com o vulgo e ainda menos ser obrigado a adulá-lo.
Em Nova Iorque e em Filadélfia, não é ao senhor barão Poitou, que tem um distinto palacete na Chaussée-d’Antin, oitenta mil libras de rendimento e que, para mais, é assinante da Revue de Paris, que temos de agradar. Em Nova Iorque, é ao sapateiro e ao seu amigo tintureiro, que tem dez filhos, que temos de agradar. E, para cúmulo do ridículo, o sapateiro é metodista e o tintureiro anabaptista.
Do Riso [Du Rire]
Página 129
Stendhal
1816 dC
Editora: Europa-América
Comentários