(...)
Talvez pareça um tanto rude descrever glória enquanto o facto de Deus "reparar" em nós. Mas esta é praticamente a linguagem do Novo Testamento. Paulo promete àqueles que amem Deus, não como nós esperaríamos, que conhecerão Deus, mas que serão conhecidos por Ele. É uma estranha promessa. Então Deus não conhece todas as coisas a toda a hora? No entanto, ressoa terrivelmente noutra passagem do Novo Testamento. Nela somos avisados que poderá acontecer a qualquer um de nós quando nos apresentarmos finalmente diante de Deus ouvir a palavras implacáveis: "Nunca te conheci. Aparta-te de mim". Em certo sentido, tão obscuro para o intelecto quanto insuportável para os sentimentos, tanto podemos ser banidos da presença d'Aquele que está presente em todo lado, como apagados do conhecimento d'Aquele que conhece tudo. Nós podemos ser completa e absolutamente deixados de fora – repelidos, exilados, alienados, final e inexprimivelmente ignorados. Por outro lado, nós podemos ser chamados a entrar, acolhidos, recebidos, reconhecidos. Caminhamos todos os dias na lâmina da navalha entre estas duas possibilidades. Aparentemente, como tal, a nossa nostalgia permanente, o nosso anseio de ser reunidos com qualquer coisa no universo da qual nos sentimos separados, estar do lado de dentro de uma porta que sempre vimos do lado de fora, não é uma mera fantasia neurótica, mas o mais verdadeiro indicador da nossa condição real. E estar por fim convocado a entrar seria uma glória e uma honra para além de qualquer um dos nossos méritos, e também a cura para aquela velha aflição
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The Weight of Glory
Talvez pareça um tanto rude descrever glória enquanto o facto de Deus "reparar" em nós. Mas esta é praticamente a linguagem do Novo Testamento. Paulo promete àqueles que amem Deus, não como nós esperaríamos, que conhecerão Deus, mas que serão conhecidos por Ele. É uma estranha promessa. Então Deus não conhece todas as coisas a toda a hora? No entanto, ressoa terrivelmente noutra passagem do Novo Testamento. Nela somos avisados que poderá acontecer a qualquer um de nós quando nos apresentarmos finalmente diante de Deus ouvir a palavras implacáveis: "Nunca te conheci. Aparta-te de mim". Em certo sentido, tão obscuro para o intelecto quanto insuportável para os sentimentos, tanto podemos ser banidos da presença d'Aquele que está presente em todo lado, como apagados do conhecimento d'Aquele que conhece tudo. Nós podemos ser completa e absolutamente deixados de fora – repelidos, exilados, alienados, final e inexprimivelmente ignorados. Por outro lado, nós podemos ser chamados a entrar, acolhidos, recebidos, reconhecidos. Caminhamos todos os dias na lâmina da navalha entre estas duas possibilidades. Aparentemente, como tal, a nossa nostalgia permanente, o nosso anseio de ser reunidos com qualquer coisa no universo da qual nos sentimos separados, estar do lado de dentro de uma porta que sempre vimos do lado de fora, não é uma mera fantasia neurótica, mas o mais verdadeiro indicador da nossa condição real. E estar por fim convocado a entrar seria uma glória e uma honra para além de qualquer um dos nossos méritos, e também a cura para aquela velha aflição
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The Weight of Glory
C. S. Lewis
1942 dC
1942 dC
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