Dawkins sugere que a perspectiva religiosa sobre o mundo deixa de parte algo fundamental. Depois de ter lido Decompondo o Arco-íris continuo sem saber a que é que ele se refere. A leitura cristã do mundo não nega nada do que as ciências naturais nos dizem, à excepção do dogma naturalista de que a realidade se limita àquilo que é passível de ser conhecido por meio das ciências naturais. Se existe alguma diferença, ela encontra-se no facto de o compromisso cristão com o mundo natural acrescentar uma riqueza que me parece estar ausente da visão de Dawkins, e que oferece um motivo adicional para o estudo da natureza. Foi João Calvino (1509-1564) quem comentou o quanto invejava aqueles que estudavam fisiologia e astronomia, pois podiam ter um envolvimento directo com as maravilhas da Criação de Deus. Estava a explicar que o Deus invísivel e intangível podia ser entendido através do estudo das maravilhas da natureza. A grande diferença entre a ciência e a religião talvez se situe, não no seu começo, não no seu desenvolvimento, mas no seu fim.
O Deus de Dawkins
página 190
Alister McGrath
2005 dC
Editora: Alêtheia
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