Estar unificado com o Uno não significava coisa alguma, em comparação com um copo de Guiness num dia de sol. Acreditava em fantasmas, mas não se podia chamar vida a essa ténue e transparente existência: o ranger de uma tábua, um pedaço de ectoplasma num armário de vidro na sede da Sociedade de Investigações Psíquicas, uma voz que ela ouvira, certa vez, numa sessão dizendo: «Tudo é esplêndido no plano superior. Há flores por toda a parte».
«Flores!», pensava Ida com desdém. Isso não era a vida. A vida era a luz do sol a refulgir nos varões de latão da cama, um cálice de Porto ao rubro, o pulo que dá o coração da gente quando o cavalo em que apostámos atinge a meta e os discos sobem um após o outro. A vida era os pobres lábios de Fred colados aos seus, no táxi, vibrando com a trepidação do motor ao longo da avenida. De que valia morrer para depois vir dizer tolices sobre flores?
«Flores!», pensava Ida com desdém. Isso não era a vida. A vida era a luz do sol a refulgir nos varões de latão da cama, um cálice de Porto ao rubro, o pulo que dá o coração da gente quando o cavalo em que apostámos atinge a meta e os discos sobem um após o outro. A vida era os pobres lábios de Fred colados aos seus, no táxi, vibrando com a trepidação do motor ao longo da avenida. De que valia morrer para depois vir dizer tolices sobre flores?
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