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Mensagens

A mostrar mensagens de agosto, 2020

Um grande conhecimento nos mistérios evangélicos

(...)  Fiel - Dizei agora qual é o segundo ponto com que demonstrais a existência da obra da graça no coração.  Eloquente - Um grande conhecimento dos mistérios evangélicos.  Fiel - Deveis pôr esse em primeiro lugar, mas, seja em primeiro ou em segundo, é sempre falso, porque podemos facilmente ter muitos conhecimentos evangélicos e não termos a obra da graça nas nossas almas. Mais, pode um homem possuir toda a ciência, e, apesar disso, não ser coisa alguma, e, portanto, não ser um filho de Deus . Quando Cristo disse: «Sabeis todas estas coisas?», e os discípulos responderam: «Sim», ele acrescentou: «Bem-aventurados sois se as fizerdes» . Ele não bendisse o mero conhecimento mas a sua colocação em acção. Pois não é um conhecimento que é atendido com a realização de «Aquele que conhece a vontade do seu mestre, e não o faz» . Um homem pode ter o conhecimento de um anjo, e não ser sequer cristão. É o fazer que agrada a Deus. Não que o coração possa ser bom sem conhecimento. Há dois tipos

Só Ele e eu somos os mesmos

Como na melodia que se vai repetindo em variações, reconheço o Deus da minha intimidade desde criança como a presença mais constante na minha vida.  Todas as células do meu corpo se substituem e já nenhuma existe de quando, pela primeira vez, terei orado. Ainda assim, aqui estou e aqui Ele está. Só Ele e eu somos os mesmos.  A memória desvanece-se, as certezas cortam-se e resvalam para a berma do caminho. As ações comprometem-se no seu momento e são substituídas por outras. E, no final do dia, quando me deito, encontro-me com Ele, ambos adornados de um silêncio pristino.  Aí estou eu, chegado de mais uma jornada, preparado para fechar a janela sobre o dia que passou e Ele recebendo-me, preparado para me ouvir ou só para me acenar o cuidado da sua evidência.  Digo de novo, tal como a sua presença se renova, olhe eu para onde olhar, como na melodia que se vai repetindo em variações, reconheço o Deus da minha intimidade desde criança como a presença mais constante na minha vida. Isto é in

Clamar contra o pecado ou aborrecer o pecado?

Fiel - Eis a razão porque a princípio me agradou muito a sua companhia, e agora já me aborrece. Como nos veremos livres dele?  Cristão - Segue os meus conselhos, e se fizeres o que te digo, também ele se aborrecerá de ir ao teu lado, excepto se Deus tocar no seu coração e o converter.  Fiel - Que hei-de fazer?  Cristão - Ouve: aproxima-te dele, fala-lhe a sério sobre o poder da religião. Quando ele tiver aprovado as tuas palavras, o que não deixará de fazer, pergunta-lhe directamente se isso é o que ele pratica no seu coração, na sua casa e na sua vida. Então, Fiel aproximando-se outra vez de Eloquente, perguntou-lhe: «Então, que tal ides agora?»  Eloquente - Vou bem; mas julgava que teríamos conversado mais.  Fiel - Conversaremos agora. E visto que deixastes a mim a escolha do assunto, proponho este: Como se manifesta a graça salvadora de Deus, e quando existe no coração do homem?  Eloquente - Quereis dizer que vamos falar acerca do poder das coisas espirituais. O assunto é excelente

O que fazes quando as letras não estão a aparecer?

Dear Marko,   In my experience, lyrics are almost always seemingly just not coming. This is the tearful ground zero of song writing — at least for some of us. This lack of motion, this sense of suspended powerlessness, can feel extraordinarily desperate for a songwriter. But the thing you must hold on to through these difficult periods, as hard as it may be, is this — when something’s not coming, it’s coming. It took me many years to learn this, and to this day I have trouble remembering it.  The idea of lyrics ‘not coming’ is basically a category error. What we are talking about is not a period of ‘not coming’ but a period of ‘not arriving’. The lyrics are always coming. They are always pending. They are always on their way toward us. But often they must journey a great distance and over vast stretches of time to get there. They advance through the rugged terrains of lived experience, battling to arrive at the end of our pen. In time, they emerge, leaping free of the unknown — from me

Arte feia, engenharia bonita

Vimos que desde Rosseau se estabeleceu a dicotomia entre natureza e liberdade. A natureza passara a representar o determinismo, a máquina, com o homem na desesperançosa situação de ser absorvido pela máquina. Então, no andar superior, vemos o homem lutando pela liberdade. A liberdade que era buscada era uma liberdade absoluta, sem limitações. Não existe Deus, nem mesmo um universal, a limitá-lo, de sorte que o indivíduo procura expressar-se com total liberdade e, todavia, ao mesmo tempo, sente a condenação de ser absorvido na máquina. Esta é a tensão do homem moderno.  O campo da arte oferece uma vasta variedade de ilustrações desta tensão, tensão que, por sua vez, proporciona uma explicação parcial para o fato curioso de que muita da arte contemporânea, como expressão própria do que é o homem em si, é feia. Ele não o sabe, mas está expressando a natureza do homem decaído que, como ser criado à imagem de Deus é maravilhoso; todavia, em sua presente condição é decaído. No esforço que o

Que valores essenciais abriremos mão nesse processo?

“A misericórdia é um valor que devia estar no cerne de qualquer sociedade funcional e tolerante. A misericórdia reconhece que somos todos imperfeitos e, ao fazê-lo, permite-nos respirar e sentir-nos protegidos. Sem misericórdia, uma sociedade perde a sua alma e devora-se a si mesma”.  “Contudo, a misericórdia não é um dado adquirido. É um valor que temos de alimentar e procurar”, afirma, defendendo a importância de “cometer erros, corrigi-los, ousar duvidar e, pelo caminho, descobrir ideias novas e mais avançadas. Sem misericórdia, a sociedade torna-se inflexível, medrosa, vingativa e sem sentido de humor”.  Sobre a “cancel culture”, ou seja, a negação da validade da obra de um artista reprovado pelos seus atos ou opiniões, Nick Cave acredita que é “a antítese da misericórdia. O politicamente correto tornou-se a religião mais infeliz do mundo. Em tempos uma tentativa meritória de reimaginar a nossa sociedade de forma mais justa, agora apresenta todos os piores aspetos que a religião te

No meio disto, havia as explosões de papoilas da Califórnia

No meio disto, havia explosões de papoilas da Califórnia. Estas têm cor quente - não laranja, nem ouro, mas se o ouro fosse líquido e emitisse vapor, esse vapor dourado seria a cor das papoilas.  A Leste do Paraíso [East of Eden]  Página 10 John Steinbeck  1952 dC  Editora: Livros do Brasil

Revelação - apenas a Escritura

Os evangélicos devem observar, neste ponto, que a Reforma afirmou “a Escritura somente”, e não “a Revelação de Deus em Cristo somente”. Se não temos das escrituras o mesmo conceito que tiveram os Reformadores, não contamos com o real conteúdo na palavra “Cristo” e esta é a tendência moderna na teologia. A teologia moderna usa o termo sem o conteúdo porquanto concebe um “Cristo” inteiramente alienado das Escrituras. A Reforma, porém, seguiu o ensino do próprio Cristo, vinculando a revelação que fizera de Deus com a revelação escrita, a Escritura.  A Morte da Razão [Escape From Reason]  Página 19  Francis Schaeffer  1968 dC  Editora: Aliança Bíblica Universitária do Brasil

O amor vivo é uma coisa cruel e assustadora

- Está a falar com franqueza? Está bem, depois desta sua confissão acredito que é sincera e tem um bom coração. Mesmo que não chegue à felicidade, lembre-se sempre de que está no bom caminho e tente não se desviar dele. O principal é evitar a mentira, qualquer mentira, sobretudo a mentira a si mesma. Esteja de olho nas mentiras que diz, não descure a atenção delas hora a hora, minuto a minuto. Evite também o desgosto pelos outros e por si mesma: o que lhe parece repugnante no seu íntimo purifica-se com o próprio facto de ter reparar nisso. Evite também o medo, embora o medo seja apenas uma consequência da mentira. Nunca desanime com a sua própria fraqueza na busca do amor, e nem sequer tenha muito medo dos seus procedimentos menos bons. Lamento não poder dizer-lhe nada mais consolador, porque o amor vivo, em comparação com o amor sonhado, é uma coisa cruel e assustadora. O amor dos sonhos anseia por uma obra rápida, satisfação imediata e aos olhos de todos. Aqui, é verdade, chega-se ao