O campo da arte oferece uma vasta variedade de ilustrações desta tensão, tensão que, por sua vez, proporciona uma explicação parcial para o fato curioso de que muita da arte contemporânea, como expressão própria do que é o homem em si, é feia. Ele não o sabe, mas está expressando a natureza do homem decaído que, como ser criado à imagem de Deus é maravilhoso; todavia, em sua presente condição é decaído. No esforço que o homem faz por expressar a liberdade no seu próprio modo autónomo, muita, embora não toda, da sua arte, torna-se destituída de sentido e feia. Em contraste, muito do design industrial está a tornar-se mais estruturado e dotado de real beleza.
Penso que a explicação para a beleza crescente de certas áreas do design industrial é que têm de seguir a curva do que existe - segue a forma do universo. Isto ilustra também que a ciência em si mesma não é autonomamente livre, tem que se cingir ao que existe. Mesmo que o cientista ou o filósofo diga que tudo é aleatório e sem sentido, assim que se desloque para o universo está limitado, não importa qual seja o seu sistema filosófico, pois tem que se cingir ao que lá encontrar. Se a ciência não proceder assim, deixa de ser ciência para ser ficção científica. O design industrial, como a ciência, está ligado à forma do universo e como tal é frequentemente mais belo do que a Arte (como “A” maiúsculo), que expressam a rebelião, fealdade e desespero do ser humano.
A Morte da Razão [Escape From Reason]
Página 57
Francis Schaeffer
1968 dC
Editora: Aliança Bíblica Universitária do Brasil
Comentários