Como na melodia que se vai repetindo em variações, reconheço o Deus da minha intimidade desde criança como a presença mais constante na minha vida.
Todas as células do meu corpo se substituem e já nenhuma existe de quando, pela primeira vez, terei orado. Ainda assim, aqui estou e aqui Ele está. Só Ele e eu somos os mesmos.
A memória desvanece-se, as certezas cortam-se e resvalam para a berma do caminho. As ações comprometem-se no seu momento e são substituídas por outras. E, no final do dia, quando me deito, encontro-me com Ele, ambos adornados de um silêncio pristino.
Aí estou eu, chegado de mais uma jornada, preparado para fechar a janela sobre o dia que passou e Ele recebendo-me, preparado para me ouvir ou só para me acenar o cuidado da sua evidência.
Digo de novo, tal como a sua presença se renova, olhe eu para onde olhar, como na melodia que se vai repetindo em variações, reconheço o Deus da minha intimidade desde criança como a presença mais constante na minha vida. Isto é inexplicável, mas tenho gosto em gizar uma descrição do que vivo. Talvez seja essa a arte que procuro.
Blog: Small Church
Autor: João Leal
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