É interessante verificar que também no primeiro século os opositores e carrascos de Jesus não se satisfizeram com a hipótese da loucura (de Jesus). Bem pelo contrário. Levaram muito a sério a ameaça que Jesus repreentava, decidindo resolver o assunto de forma mais clara possível: a morte. O historiador Josefo relata nas suas crónicas das guerras judaicas que um tal Jesus, filho de Ananias, foi preso e interrogado por ter irrompido a festa dos Tabernáculos com previsões de destruição para todo o povo judeu, "Uma voz do leste, uma voz do oeste, uma voz dos quatro ventos, uma voz contra Jerusalém e o santuário, uma voz contra o noivo a noiva, uma voz contra todo o povo."
Mas ao contrário do Jesus nosso conhecido, este foi libertado, tendo continuado a lançar as suas invectivas e previsões de desgraça durante mais de sete anos por entre as principais festas judaicas. Porque razão os responsáveis judeus o permitiram? Por o considerarem louco. Por este não valia a pena solicitar ao procurador uma condenação. Como louco, era totalmente inofensivo, e bem se podia suportar a voz de um tresloucado de vez em quando por entre as ruas de Jerusalém. A Jesus, esse, não. Esse era diferente, e não se poderia agir com tamanha leviandade. Contudo, este homem que demonstrava uma saúde mental incomum (mesmo tomando como termo de comparação a nossa sociedade actual) por outro lado afirmava que exisitia desde antes da fundação do cosmos:
"Dá-me, pois, ó Pai, a glória que eu tinha junto de ti, antes de o mundo ser mundo."
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