Foi uma época gloriosa [os Descobrimentos] para Portugal, que conseguiu estabelecer várias colónias em África, mantendo boas relações com os soberanos das regiões submetidas. Assim, o pequeno reino português, com o seu domínio dos oceanos, teve acesso directo à Ásia e à África ocidental, obtendo riquezas incalculáveis ao longo de várias décadas.
Não obstante as boas relações com as suas colónias, chegou uma altura em que as exigências destas ultrapassaram a quantidade de rendimentos resultantes da comercialização de especiarias, particularmente a pimenta a favorita dos mercadores europeus – e a extracção de minerais. Esse facto obrigou o reino a contrair avultados empréstimos junto dos grandes banqueiros de Itália, Países Baixos, Alemanha, endividando-se pesadamente, enfraquecendo o seu poder e esgotando o tesouro público. (Este fenómeno é hoje muito bem entendido, atendendo ao exemplo dos países do Terceiro Mundo ou me vias de desenvolvimento. As dívidas ou compromissos contraídos com a Banca estrangeira atingem proporções tais que, com os rendimentos dos seus próprios recursos, não conseguem sequer pagar os juros que, anos após ano, resultam dos ditos empréstimos).
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