E por fim, sobre a escuridão dos telhados lustrosos, a luz fria da manhã tépida raia como um suplício do Apocalipse. É outra vez a noite imensa da claridade que aumenta. E outra vez o horror de sempre — o dia, a vida, a utilidade fictícia, a atividade sem remédio. E outra vez a minha personalidade física, visível, social, transmissível por palavras que não dizem nada, usável pelos gestos dos outros e pela consciência alheia. Sou eu outra vez, tal qual não sou. Com o princípio da luz de trevas que enche de dúvidas cinzentas as frinchas das portas das janelas — tão longe de herméticas, meu Deus! -, vou sentindo que não poderei guardar mais o meu refúgio de estar deitado, de não estar dormindo mas de o poder estar, de ir sonhando, sem saber que há verdade nem realidade, entre um calor fresco de roupas limpas e um desconhecimento, salvo de conforto, da existência do meu corpo. Vou sentindo fugir-me a inconsciência feliz com que estou gozando da minha consciência, o modorrar de animal com q...
"Examinai tudo. Retende o bem", I Tessalonicenses 5:21
Comentários
Olha esta:
«He was no longer interested in celibacy, which he argued was against nature. The Curia, he argued, could "just as easily have banned shitting."»
Parece que o Martinho Lutero era muito visceral no que dizia. Embora a culpa também seja minha, porque no texto, chamou-me muito mais a atenção o que lhe saía do rabo do que o que lhe saía da boca.
O texto é este:
http://www.spiegel.de/international/germany/0,1518,586847,00.html