Fiódor Dostoiévski, numa carta ao irmão, explica que a ideia de que a natureza humana só pode ser modificada por influência da fé religiosa espontânea e instintiva não foi expressa nos Cadernos do Subterrâneo devido aos obstáculos impostos pela censura: «[…] Era melhor não publicar o último capítulo (o principal, em que a própria ideia é expressa) do que publicá-lo nesta forma, se seja, com as frases esfaceladas e contradizendo-se a si mesmo. Mas, que remédio! Porcos de censores! Onde escarneço de tudo e blasfemo a fingir, deixaram passar; mas onde concluí disso tudo a necessidade da fé e de Cristo, proibiram […]»
Deus é perfeitamente unificado como um Deus, e no entanto, Deus é perfeitamente diversificado nas três pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Há unidade e diversidade na realidade absoluta. Não há um Deus que escolhe revelar-se em três maneiras de modo a criar uma aparência de diversidade, e não há três pessoas que escolhem unir-se e cooperar de modo a criar uma aparência de serem unificadas. A realidade original é 100% unificada e 100% diversificada. É uma realidade de 200% que não pode ser compreendida pela simples lógica. Aqui está um provérbio que inventei para capturar a essência desta realidade: Deus sozinho é Deus, e Deus não é sozinho (God alone is God, and God is not alone) . Não podes fazer esta afirmação sobre outro Deus ou perfeição original. Tu podes dizer Buda sozinho é Buda, e ficamos por aí. O resto é silêncio. Tu podes dizer Krishna sozinho é Krishna e Alá sozinho é Alá, mas novamente, o resto é silêncio. Se o Deus do terceiro círculo quer falar com alguém...
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