Languages like Wintu, a native tongue in California, or Siletz Dee-ni, in Oregon, or Amurdak, an Aboriginal tongue in Australia’s Northern Territory, retain only one or two fluent or semifluent speakers. A last speaker with no one to talk to exists in unspeakable solitude.
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Speaking Aka — or any language—means immersing oneself in its character and concepts. “I’m seeing the world through the looking glass of this language,” said Father Vijay D’Souza, who was running the Jesuit school in Palizi at the time of my visit. (...)When he came to Palizi in 1999 and began speaking Aka, the language transformed him. “It alters your thinking, your worldview,” (...)
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Speaking Aka — or any language—means immersing oneself in its character and concepts. “I’m seeing the world through the looking glass of this language,” said Father Vijay D’Souza, who was running the Jesuit school in Palizi at the time of my visit. (...)When he came to Palizi in 1999 and began speaking Aka, the language transformed him. “It alters your thinking, your worldview,” (...)
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Palizi is far removed from pervasive U.S. culture, so it was something of a surprise to the two linguists when the teenagers launched into a full-bore, L.A.-style rap song complete with gang hand gestures and head bobbing and attitude, a pitch-perfect rendition of an American street art, with one refinement: They were rapping in Aka. Were the linguists dismayed? I asked. To the contrary, Harrison said. “These kids were fluent in Hindi and English, but they chose to rap in a language they share with only a couple thousand people.” Linguistic co-optation and absorption can work both ways, with the small language sometimes acting as the imperialist. “The one thing that’s necessary for the revival of a language,” Father D’Souza told me one day, “is pride.”
Linguagens como o Wintu, uma língua nativa da California, ou o Siletz Dee-ni, do Oregon, ou o Amurdak, uma língua Aborígene do noroeste australiano, já só são faladas por duas ou três pessoas, fluentes ou semi-fluentes. Os derradeiros conhecedores da língua, sem ninguém com quem falar, numa existência de uma solidão inexprimível.
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Falar o Aka - ou qualquer outra língua - implica mergulhar na sua personalidade e nos seus conceitos. "Vejo o mundo através das lentes desta linguagem", diz o Padre Vijay D'Souza, que estava responsável pela escola Jesuíta em Palizi na altura da minha visita. Quando veio para Palizi em 1999 e começou a falar o Aka, a linguagem transformou-o. "Muda a tua forma de pensar, a tua cosmovisão".
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Palizi está distante da penetrante cultura americana, pelo que foi uma surpresa para os dois linguistas quando os adolescentes atiraram-se a uma canção de rap ao estilo de Los Angeles, com os movimentos das mãos e da cabeça ao estilo gang, numa entrega perfeita a uma arte de rua americana, mas com um requinte: estavam a cantar o rap em Aka. "E os linguistas ficaram desanimados?", perguntei eu. "Bem pelo contrário", disse-me Harrison. "Estes miúdos eram fluentes em Indi e Inglês, mas escolheram cantar o rap numa língua que têm em comum com apenas uns milhares de pessoas. A convivência e absorção linguística pode funcionar nos dois sentidos; por vezes, até no sentido de a língua com menos expressão agir de forma imperalista. "A única coisa que é ncessária para o renascimento de um língua, "disse-me um dia o Padre D'Souza, "é o orgulho".
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