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Voltar atrás é a maneira mais rápida de andar para a frente

Would you think I was joking if I said that you can put a clock back, and that if the clock is wrong it is often a very sensible thing to do? But I would rather get away from the whole idea of clocks. We all want progress. But progress means getting nearer to the place where you want to be. And if you have taken a wrong turning, then to go forward does not get you any nearer. If you are on the wrong road, progress means doing an about-turn and wlaking back to the right road; and in that case the human who turns back soonest is the most progressive man. We have all seen this when doing arithmetic. When I have started a sum the wrong way, the sooner I admit this and go back and start over again, the faster I shall get on. There is nothing progressive about being pig-headed and refusing to admit a mistake. And I think if you look at the present state of the world, it is pretty plain that humanity has been making some big mistake. We are on the wrong road. And if that is so, we must go back. Going back is the quickest way on.

Comentários

JDC disse…
John, a ideia que transpões funciona na teoria, porque parte de um pressuposto que está longe de ser pacífico: que o progresso, a tal meta para qual o progresso se deve orientar não é, nem nunca foi, unânime. A ideia abstracta de sociedade e de progresso enquanto fenómeno social nunca é um ser uno mas antes um somatório de progressos individuais. Por isso, quando falas em olhar para a humanidade e concluir que se cometeu um erro e que devemos todos voltar atrás excluis o lado egoísta humano: talvez para uns se veja o erro nas assimetrias sociais, talvez para outros o erro está na dificuldade de educar os filhos, enfim, um sem número de objectivos e "sítios" onde queremos chegar por oposição a um objectivo comum, de uma sociedade como um todo.
longobedience disse…
Amigo,
Plenamente de acordo. Importa descontruir a ideia de progresso.
Três razões para esta citação:
1. Lewis estava a falar na altura depois da II Guerra Mundial. Creio que, pelo menos politicamente, na altura prevalecia um ideia unificada de progresso; e também que os campos de concentração e as bombas atómicas davam uma sensação de fracasso pleno nesse sentido.
2. Ainda há objectivos comuns, mas são mais subtis do que a paz perpétua (listo-os sem me preocupar com a questão de saber se são correctos ou não): prosperidade crescente, fim da pobreza, parar o aquecimento global, beleza, diversão, ... . Porque é que digo isto? Hoje somos muito desconfiados de entidades sociais, que estão "acima" dos indivíduos - e no entanto elas existem e guiam-nos e controlam-nos. Não são más por definição (isso é a perspectiva do estruturalismo, que penso que pode ser rebatida pelo simples valor de estabilidade que as tradições conferem - mas por favor não entendas isto como tradicionalismo!!), são meramente um risco necessário; o mesmo que com os objectivos individuais. (Teologicamente: Todas as coisas são boas porque foram criadas por Deus; e todas as coisas estão afectadas pela Queda.)
3. Independentemente de se pensar o progresso como social ou individual, o ponto de Lewis prevalece: andar para trás pode ser a melhor forma de progredir, se estamos no sentido errado, social ou individualmente. Isto é fundamental porque nós engolimos a patranha de que mais avançado ou complexo é necessariamente melhor - aqui está já a descontrução do progresso. Progresso é uma ideia abstracta que serve para justificar todo o tipo de mudanças com base na crença de que as coisas estão necessariamente a melhorar (em coisas tão normais como toda a gente ter carro, e outras menos normais como experimentação genética).
Por outras palavras, temos que fazer uma avaliação moral da noção de progresso, o que seguramente nos vai fazer, de vez em quando, andar resolutamente para trás.
JDC disse…
E é nessa avaliação moral do progresso que a sociedade se tem dividido. Se, por um lado, as franjas mais conservadoras têm apelado a um senso de tradição e estabilidade, a esquerda tem puxado o barco para o "amoralismo" da sociedade, restringindo a conduta ética para a esfera pessoal. Ás vezes sinto que se vive num ambiente de quase "chuta pra frente que logo se vê".
Duvido cada vez menos que as leis da sociedade serão mais e mais de cariz económico, ficando despidas de Humanidade. Se isso é bom ou mau ainda não sei... Mas deixa-me desconfiado...
Tiago Franco disse…
Lá está, isto é um bocado parvo, mas quando chegarmos a isso, em vez de votarmos, compramos.

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