Em vez de fugir do isolamento ou de tentar negá-lo ou esquecê-lo, devemos protegê-lo e transformá-lo numa solidão frutífera. Para viver uma vida espiritual, primeiro devemos ter coragem de entrar no deserto do nosso isolamento e transformá-lo, por meio de esforços subtis e persistentes, num jardim de solidão. Isso exige não só coragem, mas também uma fé sólida. Assim como é difícil acreditar que o árido e desolado deserto pode abrigar infinitas variedades de flores, custa a crer que o nosso isolamento esconde belezas desconhecidas. O movimento do isolamento à solidão, no entanto, é o início de qualquer vida espiritual, pois é o movimento dos sentidos inquietos até ao espírito de em repouso, dos anseios exteriores à busca interior, do apego temoroso ao jogo sem medo.
Deus é perfeitamente unificado como um Deus, e no entanto, Deus é perfeitamente diversificado nas três pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Há unidade e diversidade na realidade absoluta. Não há um Deus que escolhe revelar-se em três maneiras de modo a criar uma aparência de diversidade, e não há três pessoas que escolhem unir-se e cooperar de modo a criar uma aparência de serem unificadas. A realidade original é 100% unificada e 100% diversificada. É uma realidade de 200% que não pode ser compreendida pela simples lógica. Aqui está um provérbio que inventei para capturar a essência desta realidade: Deus sozinho é Deus, e Deus não é sozinho (God alone is God, and God is not alone) . Não podes fazer esta afirmação sobre outro Deus ou perfeição original. Tu podes dizer Buda sozinho é Buda, e ficamos por aí. O resto é silêncio. Tu podes dizer Krishna sozinho é Krishna e Alá sozinho é Alá, mas novamente, o resto é silêncio. Se o Deus do terceiro círculo quer falar com alguém...
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