What matters in the study of words is actually not so much where an idea has come from, important though that is, as where it is going to. Confrontation is even more important than derivation.
E por fim, sobre a escuridão dos telhados lustrosos, a luz fria da manhã tépida raia como um suplício do Apocalipse. É outra vez a noite imensa da claridade que aumenta. E outra vez o horror de sempre — o dia, a vida, a utilidade fictícia, a atividade sem remédio. E outra vez a minha personalidade física, visível, social, transmissível por palavras que não dizem nada, usável pelos gestos dos outros e pela consciência alheia. Sou eu outra vez, tal qual não sou. Com o princípio da luz de trevas que enche de dúvidas cinzentas as frinchas das portas das janelas — tão longe de herméticas, meu Deus! -, vou sentindo que não poderei guardar mais o meu refúgio de estar deitado, de não estar dormindo mas de o poder estar, de ir sonhando, sem saber que há verdade nem realidade, entre um calor fresco de roupas limpas e um desconhecimento, salvo de conforto, da existência do meu corpo. Vou sentindo fugir-me a inconsciência feliz com que estou gozando da minha consciência, o modorrar de animal com q...
Comentários
O que ele está a dizer que é mais importante o efeito prático da palavra do que a intenção com que foi escrita?
O que ele está a dizer é que muitas vezes limitamos a interpretação de um texto pelo significado anterior das palavras usadas, enquanto que é muito mais importante procurarmos perceber como é que um autor está a desafiar o sentido corrente desssa palavra.
Ou seja, mais do que saber que a palavra grega para igreja, ekklesia, vem do contexto político, importa perceber que no nos textos do Novo Testamento assume o sentido bastante diferente de comunidade da fé.
O desafio ao sentido habitual das palavras é muito mais importante do que a sua origem. Ou não fossem estes textos proféticos!